discurso

O discurso é o sentido que se mascara e se revela na linguagem, em qualquer linguagem. No fundo, para que se diz algo a alguém em tais circunstâncias, por tais meios. Onde se quer chegar?

O discurso é a intenção de uma fala ou jogo lingüístico.

O discurso é ainda uma correria, um vai e vem entre as instâncias comunicacionais, que se fazem lugar do texto, e o lugar maior onde este texto se dá, o contexto: quem diz o que para quem, com que propósito, como, com quais recursos, onde e quando?

Discurso é uma trama que tem motivações e finalidades muito específicas, em função das quais se constrói a articulação.

O discurso é o que subjaz ao COMO da linguagem, é o sustentáculo da forma como uma coisa é dita. Essa forma é determinada pela substância da pessoa, que se manifesta pelas motivações (os porquês) e pelas finalidades (os para quês) dessa pessoa, sujeito da linguagem.

O discurso, finalmente, pode se realizar em qualquer linguagem (em texto-verbal, em texto-imagem, em texto-música etc) e, repito, tanto mascara quanto revela (para o bom entendedor) as intenções de quem o fabrica. Diferentemente da fala, que a gente usa muitas vezes sem pensar, ou dos usos corriqueiros que fazemos das mais diversas linguagens (sistemas de articulação de signos variados), o discurso é sempre algo arquitetado, preparado, intuído e de escorregadia apreensão. É o sentido geral do que é proposto em uma situação de comunicação específica, situada em um dado contexto, quando se considera a posição e o jogo de forças das pessoas e das instâncias comunicacionais nele envolvidas.